quinta-feira, 19 de agosto de 2010

CÂMARA HIPERBÁRICA e PÉ DIABÉTICO


Pacientes diabéticos que sofrem com úlceras nos pés e que vivem o difícil tratamento que na maioria das vezes termina em amputações, contam atualmente com uma alternativa que pode ajudá-los a recuperar o membro doente.

Complementar ao tratamento cirúrgico, a oxigenoterapia hiperbárica (OHB) vem sendo cada vez mais utilizada em conjunto com antibióticos para ajudar esse tipo de caso. Só no último ano, a Irmandade Santa Casa de Londrina (Iscal) atendeu 22 pacientes com úlceras nos pés e apenas seis passaram por amputações.

Preocupado com o aumento no número de amputações realizadas pelo Hospital Universitário (HU) de Londrina - onde tomou conhecimento por meio desta FOLHA -, o médico chefe do departamento de Medicina Hiperbárica da Iscal, Wilson Albieri Vieira, lembra que por meio da oxigenoterapia hiperbárica vários pacientes têm conseguido ser curados sem amputar seus membros.

Para ele, a amputação deve ser o último recurso a ser realizado e deve ser reservada para os casos onde foram esgotadas todas as possibilidades terapêuticas. ''O tratamento da osteomelite crônica é demorado. 

A área acometida deve ser abordada cirurgicamente, onde é realizada uma limpeza cirúrgica de todos os tecidos desvitalizados. Utilizamos antibiótico intravenoso e junto a tudo isso a oxigenoterapia'', explica.
Outra modalidade terapêutica que ainda é nova é a terapia por pressão negativa ou vácuo, que é um curativo responsável em reduzir a secreção e estimular a cicatrização. 

Segundo Vieira, em procedimentos tradicionais, quando envolve apenas cirurgias e aplicações de antibióticos, a taxa de sucesso varia entre 30 a 50%. Já quando há a adição da oxigenoterapia a realidade tende a subir de 50 a 80%.

A moradora de Rolândia Vania Maisa da Silva Lobo, 27 anos, é um exemplo de que o tratamento dá certo. Diabética, hipertensa e obesa, a paciente passou a desenvolver uma úlcera no pé esquerdo que se estendeu para o tornozelo, transformando o caso na conhecida osteomelite crônica, quando a infecção atinge o osso. O problema começou no final de 2008, quando a picada de um inseto desencadeou uma ferida. ''Começou a coçar e então foi se agravando. Fiquei internada em Rolândia, depois fui para um hospital em Arapongas e de lá me transferiram pra cá. Eu já tinha escutado mais de uma vez dos médicos que não tinha mais o que fazer e que somente a amputação seria a solução'', lembra.

Hoje, depois de um tratamento de seis meses na Santa Casa com sessões de oxigenoterapia e também com o curativo a vácuo, Vania já está em casa com a ferida praticamente curada. ''Ela melhorava e depois voltava a piorar. Depois de quatro meses resolvemos aplicar também o curativo a vacuo e foi quando ela apresentou melhoras.

Claro que foi um caso excepcional porque ela sofre de uma grande dificuldade de cicatrização, mas valeu a pena porque hoje ela está recuperada e não perdeu seu membro'', finaliza o médico.(Fonte: Fernanda Borges-Folha de Londrina)

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