quarta-feira, 12 de maio de 2010

Brasil deve aproveitar Copa e Olimpíada e investir mais em esportes, dizem debatedores

Brasil deve aproveitar Copa e Olimpíada e investir mais em esportes, dizem debatedores

Por Murilo Souza

O Brasil precisa aproveitar a proximidade da realização de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, para investir no desenvolvimento dos valores educacionais e sociais do esporte e da educação física.

A opinião é de deputados e participantes do seminário “A Educação Física Escolar Especial, a Inclusiva e as Paraolimpíadas”, realizado ontem pela Comissão de Turismo e Desporto.

O presidente da Academia Olímpica Brasileira (AOB), Jorge Steinhilber, ressaltou que o Brasil deve aprender a tirar proveito do “tsunami” de eventos sediados no País. Steinhilber, que também preside o Conselho Federal de Educação Física, defendeu o papel do esporte na promoção da cidadania, e não só como meio de alcançar medalhas. As escolas, disse, devem oferecer às crianças um tipo de educação que garanta saúde e conhecimento para elas se tornarem, sobretudo, “cidadãs plenamente incluídas no meio social”.

Desenvolvimento e capacitação - Na opinião do deputado Edinho Bez (PMDB-SC), que integra a Comissão de Turismo e Desporto, a realização dos eventos no País pode mudar a visão dos brasileiros no sentido de valorizar esse tema.

“O esporte é uma ferramenta extraordinária de desenvolvimento humano”, afirmou. Ele citou dados da ONU mostrando que, para cada dólar investido na área, há quatro dólares de retorno.

Além de destacar a realização de grandes eventos esportivos no Brasil como oportunidade para maior desenvolvimento do setor, o deputado Dr. Ubiali (PSB-SP) defendeu a capacitação de mais profissionais na área de educação física.

Alunos com deficiência - Representante da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo, Vanilton Senatore citou exemplo de como a experiência vivida em um grande evento pode estimular mudanças. Segundo ele, após o retorno da delegação paraolímpica brasileira dos Jogos de Pequim, em 2008, o estado de São Paulo criou o Comitê de Apoio ao Paradesporto, que ficou responsável pela formulação de um plano de ação paradesportivo no estado.

Uma das primeiras conquistas do plano, lembrou, foi conseguir implementar atividades de educação física para alunos com deficiência em escolas regulares de ensino médio e fundamental.

Estímulo precoce - Para a professora do Centro de Ensino Especial nº 2 da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Jaqueline Duarte, o processo de inclusão e de desenvolvimento socioeducional de pessoas com deficiência precisa começar cedo. Para Jaqueline, o estímulo precoce de aspectos sensoriais é capaz de garantir melhores oportunidades de inclusão social.

Fundeb - Durante o seminário, o deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE) destacou a importância do Fundeb como forma de ampliar os recursos destinados à educação fundamental e infantil no País.

Para Lustosa, a educação regular deve ser prioridade em qualquer caso. “Não é porque uma criança tem grande potencial para o esporte que ela pode dispensar a educação formal”, advertiu.

O requerimento para a realização do seminário foi apresentado pelos deputados Otavio Leite (PSDB-RJ), Gilmar Machado (PT-MG) e Luciana Costa (PR-SP).

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